Tenho a prática do diário desde os meus 10 anos de idade. Quando ganhei meu primeiro bloquinho de notas e me prontifiquei a escrever sobre tudo o que eu achava de interessante. Guardava nele os meus segredos mais intimos. Eram, basicamente, fatos e fofocas sobre a minha família, alguma coisa sobre os vizinhos e a escola. Foi a partir do meu diário que eu passei a conhecer o meu pensamento sobre o mundo.
O engraçado é que eu, apesar da pouca idade, já tinha algumas certezas. Muitos sonhos e milhares de dúvidas. Mas como toda criança eu me sentia onipotente, forte e mágica! Eu atribuia a mim poderes divinatórios desde os 8 anos de idade, mas eu nunca soube muito bem o que fazer com essa força. Sempre reconheci pessoas fortes. Eu gostava de ser popular e saber se a curiosidade também fazia parte da vida dos outros. Que certeza meus amigos teriam? Quais eram suas dúvidas? O que eu poderia aprender com eles? O que havia em mim de especial capaz de atrair a atenção dos outros? Acho que estava buscando meus talentos...Eu gostava de desenhar e até ganhei um concurso na escola. Mas depois apareceram dois irmãos gêmeos que desenhavam muito melhor do que eu...fiquei para trás. Depois eu descobri, que ao primeiro sinal do talento dos meninos, o pai deles colocou os meninos num curso de desenho.
A prática de manter um diário se resume em registrar os fatos com o máximo de verossimilhança. Tal como a gente se lembra de ter acontecido na hora exata. Há que exercitar o poder da descrição e do detalhamento, que é contrária a síntese.
Agora eu me sinto mais livre, muito mais livre para tornar público os meus pensamentos e idéias.
Existem duas pessoas que eu admiro na minha vida hoje. Eu estou aprendendo muito com elas. Falarei delas no momento mais oportuno. Mas posso adiantar porque as admiro. Acho que todo mundo admira quem tem carisma, mas há pessoas com carisma, que são admiradas por uma maioria, mas que não me satisfazem, não me apetecem em nada. Estas duas personalidades tem carisma. E por algum motivo, fui eleita para ficar ao lado delas. O problema é que eu também queria ter essa aura, e por alguma razão, estou sentindo que não tenho. Na verdade, eu sou avessa as multidões, a fúria e a paixão do público. Não saberia lidar com isso, que não é racional.
Quero voltar para casa. Preciso rever meu analista, meu namorado. Meu namorado não é meu analista, longe disso! Projeções.
Acho que estou bastante confusa.
sábado, 19 de junho de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário